quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Urbel retira famílias de área de risco no Conjunto Paulo VI



images.doDesde o último mês, técnicos da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) estão empenhados na retirada preventiva de famílias que vivem em situação de risco alto de deslizamento em uma ocupação irregular em área imprópria para ser habitada no bairro Conjunto Paulo VI, região Nordeste.

 

Todas elas serão assistidas pelo programa Bolsa Moradia, que concede auxílio aluguel de R$ 400, até serem reassentadas de forma definitiva em apartamentos pela Prefeitura.

De acordo com a diretora de Manutenção e Área de Risco da Urbel, Isabel Volponi, existe aproximadamente 184 edificações no local. “Identificamos 32 delas em situação de risco alto de deslizamento, com base no novo mapeamento das áreas de risco nas vilas e favelas, que se encontra em andamento. Inicialmente, estamos removendo 18 famílias”, disse. A ação foi discutida conjuntamente com a Regional Nordeste que, após a saída das famílias, deverá adotar medidas para evitar a reocupação do terreno.

O técnico social da Urbel, Davidson Ramos, responsável pelas abordagens, informou que três famílias já foram removidas por causa das fortes chuvas de dezembro. “Ali é uma área de preservação e a Prefeitura não pode urbanizar. Os moradores estão contentes com a remoção porque vivem em condições muito ruins”, disse. Ele pontuou que a dificuldade dos moradores em encontrar imóveis para alugar está tornando o processo mais lento.

Uma das famílias beneficiadas é a de Maria Célia Campos dos Santos. Há cerca de dois anos ela mora com o marido e a filha Raiane, de 15 anos, em um barracão bem na beira de uma ribanceira que está cedendo. Ela pagou R$ 6 mil pela casa de telhado de amianto, um quarto, banheiro e um terceiro cômodo que serve de sala, cozinha e dormitório da filha. “Com as chuvas fico com medo do barranco descer e levar a casa junto”, disse. Célia está prestes a mudar. A casa indicada por ela e que será vistoriada pela Urbel fica no próprio bairro. “É bem localizada, fica perto do ponto de ônibus, da escola, do posto de saúde e tem dois quartos. É bem melhor que a minha e a Raiane terá privacidade”, assinalou. A moradora acrescentou que já abriu conta na Caixa para receber o auxílio aluguel que é pago todo o dia 13.

Sem perigo

Grávida de 8 meses, Tatiane de Jesus Gomes da Silva, de 27 anos, sonha ganhar o bebê numa nova moradia longe do perigo de deslizamento. Dentro dos cômodos do barracão onde mora com o marido e uma filha de 6 anos, ela aponta o piso e as paredes repletas de trincas provocadas pela movimentação do solo. “Com as chuvas já desceu um pouco de terra. De noite ficamos em alerta. A gente sempre levanta para ver se tudo está bem”, revelou. A casa bem precária foi erguida com muita dificuldade e aos poucos. “Antes morávamos de aluguel. Compramos o terreno há 11 anos por R$ 2 mil, construímos um cômodo e fomos aumentando”, completou. Acompanhada por técnicos da Urbel ela foi conhecer o abrigo Granja de Freitas, mas disse que vai para lá só em caso extremo. “Não seria um local muito apropriado para quem como eu está quase entrando em parto”, finalizou.

Remoção

Neste período chuvoso a Urbel já indicou a necessidade da remoção preventiva de 347 famílias nas áreas de risco de vilas e favelas. Deste total, 288 remoções são definitivas e 59 temporárias. As remoções apresentam resultado positivo porque apesar dos altos índices de precipitação em dezembro e janeiro não foi registrado nenhum caso de acidente grave com vítimas nos assentamentos precários.

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