Funcionário da Regional Nordeste demonstra talento artístico

O artista retocando o barco feito com materais recicláveis

Clóvis da Silva mora em Belo Horizonte há pouco mais de um ano e trabalha na Regional Nordeste há apenas alguns meses. Mas apesar do pouco tempo de convívio, uma característica especial do rapaz vem lhe trazendo destaque, seu talento artístico. O servidor, lotado na Gerência Regional de Manutenção (GERMA), onde exerce o ofício de servente de pedreiro, tem como hobby as mais diversas atividades ligadas à arte. Elas variam desde caricaturas dos colegas de trabalho, pinturas em tela, até miniaturas artesanais de automóveis. São muitas as vocações artísticas do jovem.

 Os primeiros passos de Clóvis rumo ao mundo da arte foram aos 11 anos de idade, ainda em sua cidade natal, Joaíma, norte de Minas. O garoto gostava de desenhar no caderno durante a aula. “Meus cadernos eram cheios de rabiscos. Sempre que tinha uma oportunidade, desenhava algo, principalmente meus super-heróis favoritos”, assume. O hábito logo rendeu frutos. Algum tempo depois, cursando a oitava série do ensino fundamental, venceu um concurso de desenhos na escola. O tema escolhido não saiu da memória. “Ilustrei uma paisagem que sempre vinha na minha cabeça e todos gostaram muito”, lembra.



Gabinete da Regional Nordeste ilustrado por Clóvis

Quando chegou a adolescência, o artista resolveu aproveitar o talento para ganhar dinheiro. Os primeiros trabalhos eram pinturas decorativas nos comércios locais e pequenas peças artesanais expostas em feiras da cidade. Depois passou a pintar estampas em camisas para aumentar sua renda. “Pintei uma camisa para mim e as pessoas começaram a pedir que eu fizesse mais para vender. Mas o que ganho com a arte é bem pouco, faço mais por prazer mesmo”, comenta.



Moto feita com restos de uma latinha de alumínio

Atualmente Clóvis foca seu trabalho na sustentabilidade. Materiais recicláveis ganharam preferência. As miniaturas de automóveis, seus trabalhos mais recentes, são feitos basicamente com objetos retirados do lixo, como latinhas de alumínio, caixas de ovos e garrafas de plástico. “É um meio de fazer minha arte e contribuir com o meio ambiente ao mesmo tempo”, explica.

Fusca construído com objetos recolhidos do lixo

A arte de Clóvis encanta e chama atenção dos funcionários da Regional, que surpresos, perguntam quem é o autor de tais obras. O artista, que é autodidata, conta que seu sonho é obter reconhecimento e poder se dedicar totalmente à arte. “Esse é um dom que Deus me deu. Nunca fiz curso algum, sempre aprendi sozinho. Hoje faço apenas por gosto, mas espero um dia encontrar o caminho certo para mostrar minha arte ao mundo, para então, viver somente dela”, complementa.

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