Desde sua criação, em 2009, a Comissão Operativa Local do PAIR (Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil) da Regional Nordeste vem se fortalecendo enquanto fórum permanente de debates e ações coordenadas. A 5ª edição do seminário anual, realizada na última quinta-feira, trouxe uma novidade em sua programação: a discussão sobre os crimes cometidos a partir da internet.
O auditório da PUC São Gabriel recebeu mais de 150 pessoas, entre gestores públicos, sociólogos, advogados criminalistas e agentes de segurança especializados em prevenir e combater crimes ligados à internet. Organizado em parceria com as administrações regionais Centro-Sul e Leste, o evento contou em sua mesa de abertura com as participações de Geraldo Magela e Elson Matos, secretários das regionais Nordeste e Leste, respectivamente, além de Bernadete Duarte, representante da Regional Centro-Sul.
A intervenção artística ficou a cargo do grupo “Circo de Todo Mundo”, projeto cultural nascido em Minas Gerais com 20 anos de reconhecida atuação na defesa dos direitos da criança e do adolescente.
Encerrada a apresentação das crianças, os debates foram iniciados com a palestra de Pedro Paulo Uchôa, delegado da Polícia Civil especializado em crimes cibernéticos. Uchôa falou sobre os desafios de se combater este tipo de prática criminosa e afirmou que a legislação brasileira tem buscado se atualizar para regulamentar formas de prevenção e principalmente unificar os processos de identificação dos criminosos.
Diretor de prevenção da Safernet Brasil, Rodrigo Nejm é hoje uma das principais referências no combate à violação dos direitos humanos na internet. Fundada em 2005, a Safernet é uma ONG criada a partir da união entre cientistas da computação, professores, pesquisadores e advogados com projetos sociais voltados para o combate à pornografia infantil na internet. Durante sua palestra, Rodrigo falou aos participantes do seminário sobre os cuidados que devem ser tomados pelos pais a partir do momento em que seus filhos criam perfis nas redes sociais.
Psicólogo e doutorando com especialização no tema, Rodrigo defendeu que a solução não passa pela proibição do acesso a rede, mas sim por um processo de educação e orientação sobre o que se pode publicar na internet. Os crimes sexuais cometidos contra crianças e adolescentes devem ser denunciados através do Disque 100 ou do site www.denuncie.org.br
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